A moeda voltou a atingir o maior valor em mais de 10 anos.
O dólar subiu 1,08%, a R$ 3,1615, depois de começar o dia em baixa.Depois de passar a manhã em baixa, o dólar mudou de direção e retomou a trajetória de valorização no início da tarde desta quinta-feira (12), e fechou em alta.
A moeda norte-americana subiu 1,08%, cotada a R$ 3,1615. Veja cotação.
Este é o maior valore desde 14 de junho 2004, quando o dólar fechou a R$ 3,1651, segundo dados do Banco Central.
Nesta quinta, o dólar chegou a cair mais de 1% e atingir R$ 3,0764 na mínima da sessão, segundo a Reuters. Nesta semana, a moeda já subiu 3,44% e no mês, 10,7%. No ano, há valorização acumulada de 18,91%.
O mercado continua pressionado pelo quadro de apreensão com a situação política e econômica do Brasil. Também pesam as incertezas sobre a continuidade do programa de interferência no Banco Central no câmbio.e maneira geral, o dólar está no meio de um processo de mudança de patamar, em uma trajetória de alta firme. Dá para imaginar um alívio pontual, não uma recuperação consistente", explicou à Reuters o economista-chefe da INVX Global Asset Management, Eduardo Velho.
A alta do dólar diante do real contrasta com os mercados externos, em que a moeda norte-americana perde força em meio a expectativas menores de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, comece a elevar os juros do país já em junho.Há expectativa de que a manutenção de juros mais baixos nos EUA sustente a atratividade de papéis de outros países. Essa perspectiva ganhou mais força nesta manhã após dados fracos sobre as vendas no varejo norte-americano.
Mas investidores continuavam apreensivos no mercado brasileiro, em meio a temores de que a resistência política à presidente Dilma Rousseff dificulte ainda mais o ajuste fiscal.
Dúvidas sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcado para durar até pelo menos o fim deste mês, também sustentavam as preocupações. "A 'rainha volatilidade' continua reinando", afirmou o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
Interferência do Banco Central
Na véspera, a incerteza sobre a atuação do BC ganhou mais corpo após o Tesouro aceitar, em leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-Bs, títulos corrigidos pela inflação oficial), ofertas de Notas do Tesouro Nacional - Série A3 (papéis indexados à variação cambial), segundo a Reuters.
Na véspera, a incerteza sobre a atuação do BC ganhou mais corpo após o Tesouro aceitar, em leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-Bs, títulos corrigidos pela inflação oficial), ofertas de Notas do Tesouro Nacional - Série A3 (papéis indexados à variação cambial), segundo a Reuters.
A operação ajudou a elevar o dólar na sessão passada, uma vez que os investidores que detinham esses papéis foram ao mercado para cobrir sua exposição. Além disso, o leilão deu força à percepção de que o governo entende que o dólar ainda deve subir mais.
"Se o governo achar que o dólar pode subir mais, é melhor pagar a variação cambial de agora do que a que pode vir", explicou à Reuters o operador de papéis de uma corretora nacional. Essa percepção, por sua vez, reforçou as expectativas de que o BC pode não estender seu programa de intervenções diárias.
"Antes, você tinha o BC segurando o câmbio aos trancos e barrancos. Agora, indicou que vai deixar o dólar ir aonde for necessário pra equilibrar a economia", acrescentou.
O BC vendeu a oferta total de swaps cambiais pelo leilão diário desta manhã, colocando o equivalente a US$ 98 milhões no mercado. Foram vendidos 1.400 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 600 para 1º de março de 2016.
O BC também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 32% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.
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