O grupo radical Estado Islâmico assumiu nesta quinta-feira (19) a autoria do ataque que deixou 23 mortos - 20 turistas estrangeiros - em Túnis, capital da Tunísia, segundo uma gravação em áudio distribuída online, informou a agência de notícias Reuters.
A gravação elogia os homens que cometeram o ataque e diz que eles eram "cavaleiros do Estado Islâmico" armados com bombas e metralhadoras.O grupo jihadista, que atua na Síria, Iraque e Líbia, ameaçou a Tunísia com novos ataques.
Descrevendo o atentado contra o museu com um "ataque abençoado contra um dos lares infiéis na Tunísia muçulmana", a voz que lê o comunicado diz que a operação sangrenta foi realizada por "dois cavaleiros do califado, Abu Zakaria al-Tunsi e Abu Anas al-Tunsi. "
Eles estavam "armados com armas automáticas e bombas" e "conseguiram cercar um grupo de cidadãos de países cruzados, semeando o terror nos corações dos infiéis".
"O que vocês viram é apenas o começo. Vocês não vão desfrutar de segurança nem paz", continua a gravação.
Prisões
A polícia da Tunísia prendeu dois familiares de Hatem Al-Khashnaoui, militante islâmico suspeito de ter cometido o ataque. Além disso, as forças de segurança do país prenderam quatro pessoas suspeitas de terem ligação direta com o ataque no Museu Bardo, no complexo do Parlamento do país. Outras cinco pessoas que poderiam estar relacionadas à célula que cometeu o ataque também foram detidas, segundo a agência de notícias France Presse.
A polícia da Tunísia prendeu dois familiares de Hatem Al-Khashnaoui, militante islâmico suspeito de ter cometido o ataque. Além disso, as forças de segurança do país prenderam quatro pessoas suspeitas de terem ligação direta com o ataque no Museu Bardo, no complexo do Parlamento do país. Outras cinco pessoas que poderiam estar relacionadas à célula que cometeu o ataque também foram detidas, segundo a agência de notícias France Presse.
"O chefe de governo indicou que as forças de segurança conseguiram perder quatro elementos com relação direta com a operação e outros cinco suspeitos de estar relacionado com essa célula", indicou a presidência em um comunicado, sem detalhar a identidade ou o papel dos suspeitos.
Além disso, as autoridades anunciaram que o Exército será mobilizado para proteger as maiores cidades do país, aumentando a segurança após o ataque, de acordo com a Reuters.
“Após uma reunião com as forças armadas, o presidente decidiu que as cidades maiores terão sua segurança feita pelo Exército”, afirmou um comunicado do gabinete do presidente.
O número de turistas estrangeiros que morreram no ataque cresceu para 20, informou o governo do país nesta quinta. Três cidadãos tunisianos também morreram no ataque.
Nesta quarta, as autoridades haviam contabilizado 17 estrangeiros e dois tunisianos mortos, além dos dois suspeitos. As novas vítimas haviam ficado feridas na ação.
Dois homens armados abriram fogo contra um ônibus de turistas no Museu Bardo, que fica no mesmo complexo que o Parlamento, e fizeram reféns no local. Eles foram mortos após horas de operação. O ataque foi o pior realizado no país em mais de uma década.
Os dois homens foram identificados pelo governo como Yassine Abidi e Hatem Khachnaoui, dois nomes tipicamente tunisianos. O porta-voz do ministério do Interior afirmou que "provavelmente" os responsáveis pelo ataque são tunisianos. Um deles seria conhecido das forças de segurança. As autoridades destacaram a possibilidade de que eles teriam dois ou três cúmplices.
Entre os estrangeiros mortos, segundo informações da Tunísia e dos países de origem das vítmas, estão quatro italianos, dois franceses, dois colombianos (um deles com dupla nacionalidade australiana), três japoneses, dois poloneses, dois espanhóis e um britânico. A nacionalidade de quatro pessoas ainda é desconhecida. Eles estavam em um tour de um cruzeiro que havia feito escala no país.
Também morreram três tunisianos, sendo um policial, um motorista de ônibus e o terceiro ainda não identificado. As autoridades locais trabalhavam nesta quinta-feira (19) na identificação das vítimas.
A agência Efe afirma que um brasileiro estaria entre as vítimas, de acordo com fontes consulares latino-americanas. No entanto, a informação não é confirmada oficialmente. Procurado pelo G1, o Itamaraty disse que "não há brasileiros entre as vítimas fatais nem entre os feridos que portavam alguma documentação", segundo averiguou o Encarregado de Negócios do Brasil em Túnis, mas observou que ainda há corpos que não foram identificados. O funcionário também verificou que "não há brasileiros ausentes nos dois cruzeiros de onde procedem as vítimas estrangeiras identificadas", segundo nota.
O premiê tunisiano informou que os atacantes, vestindo uniforme militar, abriram fogo contra os turistas, enquanto estes desciam de ônibus, antes de persegui-los dentro do prédio. Uma centena de turistas estava no museu quando "dois homens ou mais, armados com kalashnikov" lançaram o ataque.
As autoridades informaram que os dois atacantes morreram durante o ataque, no qual 44 pessoas ficaram feridas.
Este ataque terrorista, segundo o ministério do Interior, afeta o país pioneiro da Primavera Árabe que, ao contrário dos demais Estados que viveram movimentos contestatórios em 2011, conseguiu escapar até então da onda de violência ou de repressão.
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